quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Aborto, uma questão pessoal

****Aviso, se não tem estômago, não leia!

         Estava querendo evitar esses temas polêmicos, mas não dei conta! Por conta dessa aprovação STF tem muitas pessoas falando sobre o assunto. Quem manifesta suas opiniões, sem inferir ou influenciar, eu respeito. Afinal, as pessoas têm o direito de comemorar ou de protestar a respeito. Porém, a enxurrada de abobrinha que tenho visto, não dei conta e vou usar meu blog para falar a respeito.
 Primeiramente, antes que alguém esperneie, eu sou a favor sim. A favor da vida, e nisso penso tanto na criança quanto na mãe. Pessoas, caiem na real, abortar não é algo fácil, não é igual ir na esquina. É uma decisão difícil e muito pessoal, que somente quem está nesse momento sabe se deve ou não abortar. É fácil ser contra, principalmente quem já tem filho. É fácil julgar, é fácil falar que existem métodos de prevenção. Sim eles existem, mas a vida não é tão simples e cor de rosa quanto vocês querem fazer acreditar. Pode sim de existir uma gestação inesperada (com ou sem esses métodos) mas se a criança não se encontra em lugar algum no desejo da mãe, já pensaram no que pode acontecer caso ela nasça? Pois eu vou lhes dizer, ela não será amada, será rejeitada desde o início (isso afeta sim o desenvolvimento) e ela pode desenvolver vários problemas, psicológicos, psiquiátricos, comportamentais, etc. Ela pode ser aquele muleke que você vê no sinal pedindo dinheiro, pode ser aquele filho de classe média problemático – que se refugiou nas drogas, pode ser de qualquer classe social e com problemas gravíssimos de saúde. Também pode não ter nada disso. Estou falando isso porque estão todos valorizando o feto e esquecendo a criança que ele pode ser com essa relação (ou melhor falta de relação com a mãe) e com a mulher que gera esse feto. É como se ela fosse nula, inexistente, ela deixou de ser uma mulher, um ser desejante, e agora é obrigada a ser mãe. Ela não pode desejar ser algo diferente, desde que isso inclua o “ser mãe”. Mas afinal, o que é ser mãe?
Essa mulher que essas pessoas tanto então condenando, não desejou isso. Falar que pode se prevenir é o mesmo que falar que se pode prevenir a perda de um emprego, de um ente querido. Pessoas, caiam na real, a vida acontece e muitas coisas fogem ao nosso controle. Se controlássemos tudo, ia ser um mar de rosas, mas não é assim que as coisas funcionam. É fácil apontar o dedo quando não é com você. Eu prefiro que a mulher possa abortar com segurança (porque o ser humano vai continuar fazendo certas coisas, independente da legalidade – pelo desejo de mudança muitas vezes, e isso é inerente ao ser humano e seu conservadorismo não vai mudar isso), e ela vai poder viver e não terá mais uma criança marginalizada, indesejada. Não terá uma avó sobrecarregada, onde devia estar aproveitando a 3º idade e encontra-se está deixando o papel de avó para assumir o de mãe muitas vezes e não é a mesma coisa. Não ser desejado é pior que ser inexistente. Mas vocês no conforto de suas vidas nunca tiveram que preocupar com isso e preferem julgar. Nunca julgue a dor do outro, pois não é você quem sente. Isso vale para tudo na vida. Não vou nem falar na questão do estrupo, porque quem defende feto de estuprador pra mim tem sérios distúrbios mentais. Esse deve ser abortado sem nem pensar duas vezes.

****Quem tiver interesse, quem quiser abrir a cabeça um pouco, posso passar pesquisas que sustentam tudo isso que eu falo.


Listenning to  Linkin Park - Hybrid Theory - In The End