Novamente confabulando aqui. Hoje em encontro com professores expus uma
questão que acho muito relevante e que deve ser pensada tanto no âmbito pessoal
(do sujeito) quanto institucional (faculdade). Ao chegar no 9º período e
observando meus colegas tanto de sala quanto de outros períodos percebo o
quanto o interesse, o ânimo, a volição por estudar tem se esgotado cada vez
mais. Estamos todos massacrados, acho que passa principalmente pela questão da
metodologia de ensino. Como passamos por uma mudança curricular achei apropriado
levar isto a eles.
Porém, sempre os poréns, não fui compreendida ou não quiseram me
compreender. Ao mostrar que uma mudança poderia ser interessante, citei um
exemplo de um professor que em parte do seu curso utilizou de um método de
aprendizagem ativa, onde consistia de problematizações. A sala toda
participava, sala cheia em pleno sábado de manhã é raridade e ele conseguiu
isso. – vale um parêntese: os professores que
estavam comigo eram psicanalistas. Mas infelizmente de um modo negativo. Amo a epistemologia, mas as vezes os profissionais
se fecham nesse involucro teórico e rigidamente se agarram a alguns
pressupostos. São professores muito bons e etc, mas neste ponto caíram no que
tanto falam para não fazermos. A teoria
não é rígida e sim quem a executa na maioria das vezes – chega de parêntese.
Rsrsrs... Então me lançaram respostas como se eu estivesse sugerindo que os
professores fossem babás ou pais dos alunos (nada a ver com o que falei!!!).
Outra resposta que isso é responsabilidade única e exclusivamente do sujeito
que ele vai pagar de um jeito ou de outro!! (esta fala para mim é pra quem não
quer trabalhar, porque é muito fácil falar que o aluno que não estuda e que não
lê, sendo que este não tem estímulos para tal!!!)
Para quem não conhece, técnicas de aprendizado ativos dependem muito dos
professores (tutores neste caso). Diferente do método tradicional de ensino, é
passada, por exemplo, uma temática para turma – e o tamanho da mesma varia de
técnica para técnica – e os alunos tem que esgotar esta temática em todos os
aspectos possíveis dentro das áreas de atuação do curso. Eu conheço PBL (Problem-Based
Learning), que é utilizado pelo curso de Medicina da Universidade Estadual de
Montes Claros. E ele se adapta perfeitamente aos cursos da área de saúde, não
só a Medicina. Além de incentivar os alunos a correr atrás e estudar, os
ensinam a pesquisar – monografia neste caso seria sopa!..srsr – Outro dado interessante
é que não existe mais o “dono” da disciplina, pois são módulos. Exemplo, pega a
temática “Drogas” e as esgota em todas as perceptivas. Os danos biológicos, psicológicos e até sociais,
porque o SUS trabalha por este viés, não focando apenas um lado da situação. Aí
me deparo com professores “brigando” por poder, por vaguinhas e os alunos se
ferrando. É fácil colocar a culpa nos
alunos, difícil é se responsabilizar. Como bons psicanalistas que são, deveriam
lembrar que quando nos colocamos no lugar do suposto saber, nada sabemos e nada
produzimos. Este negócio do conhecimento vir de cima pra baixo está mais do que
fadado ao fracasso. Agora quando ensinamos os alunos a construir o
conhecimento, aí sim podemos colher valorosos frutos. Com esta conversa foi colocado sobre o quão
diferente é o aluno da Federal - não conheço nenhum colega da Federal – mas me
deu uma vontade danada de perguntar: “Por que você não vai pra lá então?”
Ai
meus caros leitores, desculpe enxorra-los com essas coisas, mas acredito que
não devo ficar calada!! Percebi agora que voltei ao “normal” o quanto estavam
felizes com o meu estado anterior. Cada vez mais tenho chegado a conclusão que
eles não querem estudantes pensantes e sim burrinhos de carga. Mas eu
continuarei questionando, porque só assim produzimos conhecimento! E com
relação a esses professores cada vez mais lembro do meu antigo chefe, como ele
dizia: “Povo antiquado e atrasado!!” Sinto sua falta chefe e grande mentor!!